A ultrassonografia é um método utilizado frequentemente na medicina moderna, a qual utiliza o eco gerado através de ondas ultrassônicas de alta frequência para visualizar, em tempo real, as estruturas internas do organismo.
Este exame possibilita a visualização de imagens as quais irão complementar a análise dos exames de raio-x, medicina nuclear e ressonância magnética. Apesar de não trazer imagens em alta qualidade, o exame de ultrassom possui diversas vantagens, como por exemplo:
- É seguro, por não apresentar radiação
- É prático e de fácil manuseio
- Permite um maior contato entre o médico e o paciente
- É realizado em tempo real
- É de execução rápida
- É um exame comum de se encontrar em clínicas e hospitais
-Não é caro
O surgimento do ultrassom
Para entender seu funcionamento, deve-se compreender o conceito de som: que é o resultado da vibração dos corpos, que provoca uma onda mecânica e longitudinal a qual se propaga de forma circuncêntrica (em todas as direções) em meios com massa e elasticidade, sejam eles meios sólidos, líquidos ou gasosos.
Para que as ondas sonoras sejam transmitidas, deve haver uma substância ou um meio que seja comprimida, por isso, o som não se propaga através do vácuo. Quanto mais denso for o meio, mais rápido ele transmitirá a onda sonora. Essa ciência teve início na Grécia, quando Pitágoras, em 570 a.C, inventou o sonômetro, um equipamento que estudava os sons musicais. A partir de então diversos estudos relacionados à ciência do som foram realizados, com diversos experimentos e teorias publicados.
Em 1880, os irmãos Curie descobriram o efeito piezelétrico, o qual consistia em uma aplicação de pressão mecânica sobre a superfície de certos cristais que são capazes de gerar um potencial elétrico produzindo som em frequências maiores que 20 KHz, o que ficou conhecido como ultrassom. Estes cientistas também perceberam que quando um pulso de ultrassom era direcionado a uma substância, parte deste som era refletida a sua fonte, contendo informações do tipo de estrutura que este encontrou.
O Ultrassom passou então a ser utilizado para diversos fins, como SONAR e RADAR, na época da Segunda Guerra, para fins industriais, utilizando a energia ultra sônica,
mas também na medicina.
O efeito Doppler
Em 1842, Johann Doppler escreveu sobre o efeito doppler. Este efeito é caracterizado por ondas que são emitidas ou refletidas por um objeto quando o mesmo está em movimento em relação ao observador.
No ecocardiograma o efeito doppler é utilizado para medir a direção e o fluxo sanguíneo no tecido cardíaco. O ultrassom doppler é uma forma especial do ultrassom útil na avaliação do fluxo sanguíneo do útero e vasos fetais. Pode ser mostrado de várias formas: com som audível, com espectro de cores dentro do vaso ou na forma de gráficos que permitem que se meça a velocidade sanguínea nos tecidos normais.
Na ginecologia e obstetrícia há a presença desse método para acompanhar a gestação. Esta apresenta 3 áreas circulatórias as quais são alvo de movimento: a uterina, a placentária e a fetal. O doppler pode avaliar a circulação uterina e trazer informações sobre a possibilidade da mãe apresentar pressão alta na gravidez. Já a circulação fetal e placentária, com a utilização do doppler, é possível identificar possíveis sinais de sofrimento fetal.
O Ultrassom
Por volta de 1940, o ultrassom passou a ser utilizado na medicina diagnóstica e na localização de tumores por Karl Dussik, na Universidade de Viena. Este em seus trabalhos e estudos, tentava visualizar e identificar tumores e ventrículos cerebrais através da mensuração da transmissão dos sons pelo crânio.
Nos anos de 1950, John Reid e John Wild, considerados heróis do ultrassom, construíram um transdutor linear do modo B para os tumores de mama. Logo depois, em 1951, José Holmes e engenheiros Howry, produziram o primeiro 2D B-mode scanner composto linear.
Em 1957, os médicos Douglas Howry e Dorothy Dowry, foram os pioneiros na utilização da ultrassonografia diagnóstica. Nesta época, o paciente a ser examinado, deveria permanecer submerso e imóvel em uma banheira de água para a realização do exame. Este não era prático e as imagens produzidas eram de baixa resolução.
A ultrassonografia surgiu logo após, substituindo a água pelo gel que é utilizado até os dias atuais. Este serve para aumentar e melhorar a superfície de contato entre a pele e o “transdutor”.
Don Baker, Dennis Watkins, e John Reid em 1966 desenvolveram o Doppler pulsado. Este método permitiu a detecção de fluxo de sangue a partir de profundidades diferentes no coração. Don Baker também era um membro da equipe de engenharia que desenvolveu posteriormente com Doppler colorido e digitalização duplex.
Os ultrassons em tempo real começaram a surgir no início de 1980. Já na década de 1990, o campo foi um passo adiante com imagens 3D e até 4D, as quais facilitaram que o público pudesse interpretar as imagens que eram formadas.
Atualmente, o exame de ultrassom permite que o paciente se acomode de forma confortável, onde o transdutor é o responsável por transformar os ecos refletidos pelo interior do corpo humano em sinais que serão decodificados eletronicamente em uma imagem que, por sua vez, será interpretada pelo médico que estiver realizando o exame.
Este método é utilizado no mundo todo e em praticamente todas as áreas médicas, devido à simplicidade do procedimento, ao seu baixo custo em relação a outros métodos diagnósticos e, principalmente, por ser inócuo e não promove alterações secundárias à sua aplicação. O ultrassom é um exame que pode utilizado na área preventiva, para diagnosticar lesões no organismo ou para controlar lesões que estejam sendo tratados na clínica, na cirurgia ou com outros métodos
